Translate

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

AUTOESTIMA TAMANHO GG

Autoestima tamanho GG

Bem resolvidas em tudo, elas se unem em prol da aceitação e da troca de informações. É hora de aliviar esse preconceito duplo (de ser negra e gordinha) e trazer à tona outra realidade de sucesso

O que Queen Latifah, 40 anos, Oprah Winfrey, 56, e as premiadas estrelas do filme Preciosa, Mo’Nique, de 42 anos e Gabourey Sidibe, de 26, têm em comum? Todas são negras e esbanjam elegância e voluptuosidade, e chamam a atenção de todos os críticos de plantão pela maneira como se relacionam com suas curvas e aparência de forma tão natural. E no quesito atitude, elas dão um banho de estilo.
Na Renascença, mulheres gordinhas eram o padrão de beleza da época e sinônimo de sensualidade. Musas inspiradoras de grandes artistas, como Michelangelo Buonarroti e Leonardo da Vinci, tinham curvas femininas e volumosas. Já no Brasil modernista, avesso ao abstracionismo, o pintor Di Cavalcanti tinha preferência por figurações de temáticas voltadas para o social e adorava pintar as mulheres brasileiras, principalmente as mulatas, devido à sensualidade.
Atualmente o que vemos nas revistas, na publicidade, na televisão, no cinema e nas semanas de moda são modelos lindas, quase sempre magérrimas, à la Gisele Büdchen. Mas, se fisicamente as gordinhas não se reconhecem nas capas de revista, é porque o padrão mudou, porém, não foi esquecido.
Foi nas passarelas da última Semana de Moda em Londres que apareceram as primeiras tendências para o outono-inverno 2010/2011, da grife Mark Fast que incluiu, não apenas modelos plus-size em seu casting, como também roupas que acentuam os corpos exuberantes das modelos. Na Fashion Week de Milão, a marca feminina Elena Miró já havia apresentado na abertura de seus desfiles looks para mulheres de tamanho acima de 46. Claro que em ambas as ocasiões, houve quem não aprovasse a nova tendência em um mundo onde o 38 parece ser unanimidade. Mas o mercado editorial e os fabricantes de roupas começam a ver com mais atenção este público consumidor. A modelo Kate Dillon, que ilustra atualmente inúmeros editoriais de moda para gordinhas, é capa da edição da Vogue americana, vestindo um justíssimo colant tamanho extragrande, e conta na revista sua trajetória de ex-modelo , até a sua chegada ao posto de supermodel com o aumento de peso e, consequentemente, da numeração. Já a versão italiana da revista criou uma seção, a Vogue Curvy, dedicada às mulheres mais cheinhas, com preciosas dicas de lojas e combinações que valorizam as formas volumosas. Foi um sucesso entre as leitoras! A publicação americana V Magazine trouxe em uma edição a atriz Gabourey Sidibe na capa e, como recheio, um editorial inteiro só de modelos plus-size, com estilo pra lá de sexy.


“A mulher tipicamente brasileira, a que tem um corpo diferenciado por seu tamanho, já sofre preconceito duplamente. Sendo negra, triplamente: primeiro pela cor da pele, depois por ser gorda e, muitas ainda sofrem discriminação por não conseguirem se adequar aos rígidos padrões da moda”, diz Sandra Ebener, jornalista e criadora do site Mundo G+, voltado para assuntos sobre mulheres e pessoas gordinhas, gordas ou obesas, enfi m, pessoas diferentes do modelo padrão, como ela diz. “Agora chegamos à TV, com o Programa Fashion & Plus que, apesar do pouco tempo no ar, já disse a que veio”.

Fartura e beleza
Quando a estudante de psicologia Bruna Fernandes passa na rua com seu corpo de 1,75 e seus 85 quilos bem distribuídos, costuma chamar a atenção. “Como toda mulher, gosto de usar vestidos, saias e roupas que valorizem o meu corpo estilo violão”. Com suas curvas, ela gosta de valorizar os quadris largos com blusas mais justas e decotadas, “mas sem parecer vulgar”, explica. A jovem de 22 anos sabe que, por motivos de saúde, é necessário cuidar do peso, por isso frequenta academia com regularidade e procura não se descuidar da alimentação. “Os números não me assustam, mas me cuido por questões de saúde mesmo”.

Assumir uma personagem ‘fêmea fatal’ quando se deseja, não é para qualquer uma, e sim para quem escolhe. Quem imagina que mulheres com curvas bem modeladas são tristes e depressivas, pode se surpreender. “Sou negra, linda e GG assumidíssima. Nunca deixei de me sentir bonita e elegante. Estou muito feliz com o meu corpo”, diz Moni Barros, 33 anos, 1,62m, 82 quilos, e que faz desfiles e eventos de moda plus size. “Adoro minhas pernas e até pela dificuldade de encontrar calças que caiam bem, uso muita saias, sapatos de salto e vestidos. Percebo que não só homens, mas as mulheres me olham na rua de baixo para cima, literalmente, porque tenho sapatos bem ‘diferenciados’, e pernas bonitas”, diz, com seu jeito superconfiante. Moni também não se descuida da saúde e vai sempre ao médico. “Aprendi a conduzir a minha vida da melhor forma possível e sou feliz”, conta Moni, sempre sorrindo.

Gordas, não. Mulheres reais!

Assim como Moni, muitas são as gordinhas que não descem do salto, nem perdem o rebolado por que estão acima do peso. Dani, como é conhecida Daniela Lima, de 21 anos, é formada em enfermagem e trabalha como consultora da loja Carlota, especializada em moda GG, no Rio de Janeiro. Dani também é colunista no blog Mulherão. “Conheci a Renata Poskus, idealizadora do blog, que estava organizando um Dia de Modelo, evento onde reunimos 15 gordinhas que passam um dia inteirinho se preparando para uma sessão de fotos individuais, com direito a fotógrafo profissional, maquiagem, cabelo e três trocas de roupa que são cedidas por diversas grifes GG apoiadoras do blog”. Tudo é organizado com o intuito de que se sintam verdadeiras modelos e saiam com um book para guardar ou presentear alguém. O blog Mulherão até então funcionava mais como um diário pessoal de Renata Poskus, onde ela desabafava sobre a sua relação com remédios para emagrecer. “Depois desta mudança ganhei uma minilegião de mulheres que visitam o site pra ver minhas dicas e interagir, contando suas experiências como mulheres gordinhas”, explica Daniela Lima.
Georgia Assis, de 28 anos, trabalha como supervisora de callcenter e estuda publicidade. Ela se considera atraente, adora ressaltar seus seios e acha que sua boca e seus olhos são o diferencial. Mas, nem sempre foi assim “Estava deprimida, por conta do término de um relacionamento, com a autoestima no pé, além de desempregada. Comecei a fuçar na internet e descobri num site de relacionamentos diversas pessoas como eu e cheguei a uma comunidade de mulheres que trabalhavam como modelos GG. Passou tudo”, conclui. Geórgia acabou fazendo novas amizades, fez um book, arrumou um novo emprego e ainda trabalha como modelo nas horas vagas. “Tudo já foi muito pior”, diz, com alegria na voz.

“Sou um mulherão negro”

Nanda Soul tem 26 anos e é funcionária pública, formada em gestão de recursos humanos.
Atualmente está solteira, porém... “envolvida com uma pessoa que amo muito, mas nada oficial, ainda”, diz, com bom humor. Nanda, cheia de alegria e confiança, é modelo plus size e sempre procura valorizar seu corpo. Autoestima para ela é palavra de ordem. “Somente você pode permitir que alguém acabe com sua autoestima, ninguém tem poder para isso a menos que você conceda. As pessoas nos veem como nos sentimos, se você se ama, os outros vão lhe amar e aceitar como é. O importante é se olhar e enxergar a própria beleza, a partir daí, ninguém mais tem o poder de lhe derrubar ou colocar rótulos”, ensina.
Problemas em aceitar seu peso, ela não teve, pelo contrário, custou a perceber o quanto tinha engordado. “Tenho 1.78 de altura, pesava 63 kg e meu rosto era magro demais, o que deixava meus olhos maiores do que são. Aos 19 anos comecei a engordar, as pessoas começaram a elogiar as minhas novas curvas, depois percebi que os elogios haviam diminuído, foram 23 kg em nove meses, sem justificativa médica, pois todos os meus exames deram normais, por incrível que possa parecer. Contudo eu olhava no espelho e me via como antes, só percebi o quanto havia engordado quando fui vestir um jeans preferido e ele nem sequer fechou. Não me desesperei, nem com a dificuldade de comprar roupas no estilo que gosto. Passei a comprar jeans masculino e os modelava a meu gosto. Todos perguntavam onde eu tinha comprado (risos). Eram exclusivos!
E sobre seus relacionamentos amorosos, Nanda Soul confessa. “Depois que engordei passei até a namorar com mais facilidade, os homens começaram a me notar. Olho-me no espelho todos os dias e enxergo um Mulherão Negro cheio de curvas e acredito que os outros também

Mercado plus
A polêmica em torno da exclusividade de modelos supermagras nas passarelas e nas revistas de moda parece estar abrindo novos caminhos no mercado. A agência de modelos Ford Models, uma das mais tradicionais do mercado, inaugurou recentemente o departamento Ford +, para cuidar exclusivamente de modelos de manequim maior que 42 (que, na verdade, ainda não é o tamanho de roupa de uma mulher que possa ser chamada de gordinha). A Ford+ acredita que exista espaço profissional para elas. Em comunicado, a empresa informou que a proposta é “abrir um novo mercado para mulheres lindas e com medidas que diferem do padrão do mercado da moda”. A agência diz ainda acreditar que, como nos Estados Unidos, no Brasil existe espaço profissional para modelos plus size em campanhas e editoriais de moda. Com tanta discussão acerca das formas do corpo, estaríamos passando por um processo de redefinição dos padrões do belo e da estética corporal, onde a ditadura da magreza soa ultrapassada? A resposta pode ser subjetiva, mas que novos olhares sobre a relação entre corpo e forma estão sendo lançados e que o assunto está na moda, isso não se pode negar. E nos próximos meses vamos ouvir falar, e muito, em Plus Size, Big Beauty e XXL.
O que era apenas referência para tamanho grande, já é uma tendência de moda, digna de estampar páginas de grandes publicações. “Se existe uma legião de mulheres acima do peso considerado ‘normal’, e elas manifestam o desejo de se verem representadas na mídia e na moda, por que não incentivá-las?”, diz Sandra Eberner. “Faço isso com a maior satisfação”, declara.

Preço maior

De acordo com Patrícia de Cássia, de 24 anos, seu excesso de peso vem desde a infância. “Na adolescência notava quando saía com as amigas, que eu ficava de lado e achava que era por isso”. Só com o tempo Patrícia notou que não era esse o problema. “Precisava me aceitar e só assim os outros iriam me aceitar como eu sou”, diz, para quem o aprendizado a levou a se achar bonita e interessante como é. “Peso e aparência não me incomodam mais”, conclui Patrícia, que foi convidada por três agências de modelos GG e trabalha com desfiles e eventos. “Acabei fazendo book e trabalhando com isso”, diz Cássia, que hoje destaca seu belo corpo em roupas que encontra com certa dificuldade, já que prefere os mesmos modelos feitos para mulheres magras. “Mas sempre acabo achando alguma coisa, embora pague mais caro por elas”.
É nítida esta diferença de preços em roupas para ‘gente grande’. Assim como Cássia e Georgia Assis, a maioria das entrevistadas gosta de se vestir bem e gasta uma pequena fortuna com sapatos e acessórios, maquiagem e todos os itens que qualquer mulher gastaria. Embora ainda exista um grande estigma com relação aos tamanhos grandes, no mercado de moda algumas marcas estão dispostas a mudar sua imagem (e de seus licenciados). Mas mesmo que mais estilistas se disponham a aumentar a numeração de suas peças, ainda existe a questão do mostruário. É que as peças fotografadas pela imprensa são confeccionadas em tamanho 36/38. Isso deve mudar também.Elas estão acima do peso, mas felizes, realizadas e amadas!

Quando a jornalista Fernanda passa na rua com seu batom vinho, blusa decotada e cabelos dourados ao vento, muitos são os olhares que a seguem. A jovem de 27 anos sabe encarnar a personagem femme fatale quando bem quer e para quem escolhe. E quem, ao ouvir falar dela, imagina um tipo top model, engana-se. A moça superconfiante e bonita está com 15 quilos acima do que os médicos acham saudável. Sim, Fernanda veste tamanho 44 bem justinho, tem uma saúde de touro e na sua lista de conquistas estão quase todos os nomes pelos quais se apaixonou um dia. "Não vou mentir que a gordura não incomoda, mas não deixo de gostar de mim por causa disso. Vou sempre me achar bonita e interessante". E ela não é a única.

Segundo Fernanda, a preocupação com o peso vem da infância. Ela lembra de situações em que as vendedoras de roupas infantis a olhavam e diziam que não haveria nada na loja que coubesse nela. "Já passei por situações muito cruéis por ser gordinha, de me sentir rejeitada por isso", acrescenta a jovem sensibilizada. "Minha mãe mesmo fica na minha cola e chegou a dizer absurdos, até para não parar de fumar, porque engorda".

“Considerando que sou uma pessoa saudável, por que será que tanta gente (incluindo minha vizinha, minha prima e as editoras de revistas femininas) está decidida a fazer com que eu seja magra?”

Ela conta que chegou a se submeter a uma lipoescultura há alguns anos e que perdeu bastante medidas. Embora ainda tivesse que perder peso e seguir uma dieta rigorosa, a jornalista revela que é difícil mudar os hábitos alimentares tão radicalmente, apesar de ter passado a acompanhar seus quilos de perto. "Eu sou uma pessoa saudável, como meus legumes e minhas verduras, mas tenho um sobrepeso. Sou assim", desabafa. "Isso nunca foi impedimento para me sentir especial, namorar quem eu quisesse, ter muitos amigos e usar as marcas (de roupas) que acho bonita".

Sem descer do salto

Tal como Fernanda, muitas são as gordinhas que não descem do salto, nem perdem o rebolado porque estão acima do peso. A escritora norte-americana Wendy Shanker lançou recentemente o livro "Fat Girls Guide to Life", que no Brasil foi publicado pela editora Verus, com o título "Segredos da Gordinha Feliz". Nele, Wendy relata as situações pelas quais passou por causa do seu tamanho extralarge. "Considerando que sou uma pessoa saudável, por que será que tanta gente (incluindo minha vizinha, minha prima e as editoras de revistas femininas) está decidida a fazer com que eu seja magra?", questiona.

A autora faz parte do "Esquadrão da Moda" da revista US Weekly e foi apresentadora de um programa de televisão sobre compras e estilo. Já escreveu para as revistas Glamour, Cosmopolitan, Marie Claire, Seventeen e para a MTV. Seu novo livro descreve suas aventuras em academias e clínicas de emagrecimento, mostra seu espanto diante de dietas absurdas, diverte com suas incursões por lojas de roupa e emociona com seus relatos sobre a aceitação de si mesma. Outro detalhe que chama atenção são os dados alarmantes sobre as empresas que estão por trás do mito da mulher ideal. Assim, Wendy traça uma lúcida radiografia da sociedade atual.

A medicina em conflito

Nenhum médico dirá ao paciente para não emagrecer, salvo os casos de anorexia. No entanto, parte da medicina acredita que um corpo rechonchudo não é sinal de doença alguma, mas, sim, do código genético daquele organismo. "Ninguém é igual a ninguém, da mesma forma, não podemos obrigar uma pessoa endomorfa, com tipo físico grande, a se tornar ectomorfa, do tipo delgado", explica a endocrinologista Ethel Stambowski.

De acordo com a doutora, há pessoas que podem alimentar-se de forma equilibrada, ainda que com refeições calóricas. "Uma tijela de açaí é altamente calórica, mas é uma bomba de minerais, principalmente de ferro, antioxidantes, que fazem muito bem à saúde", comenta. "A pessoa ser gordinha ou magrinha não deveria ser problema, embora há médicos, seguidores de escolas patrocinadas por laboratórios, que insistam na silhueta definida".

A médica não defende a gordura. Insiste que as atividades físicas são os maiores aliados da saúde e da felicidade, pela liberação de endorfina. "As pessoas obesas, sim, precisam de cuidado e tratamento porque a gordura em excesso é inimiga do coração, das articulações, do fígado... mas a gordura do sobrepeso, se não põe em risco o colesterol, a glicose e outras taxas, é tratada pelos médicos sérios como uma questão de estética".

Autoestima tamanho GG - Parte 2


Elas estão acima do peso, mas felizes, realizadas e amadas!


Maura tem 53 anos, um belo par de olhos verdes, filhos crescidos e bem encaminhados, um marido apaixonado e um guarda-roupa GG. A dona de casa, que conta nos dedos os anos em que vestiu uma calça 40, afirma que, apesar de sonhar com uma silhueta delgada, nunca fez disso a meta da sua vida. "Quando era jovem, eu fazia inúmeras dietas", conta. "Cheguei a comprar uma calça carésima, tamanho 38 e pendurar na porta da minha geladeira para eu lembrar os motivos para eu não poder comer o que queria. Mas a gente vai vivendo, amando, conhecendo pessoas e vai percebendo que é possível ser feliz gordo ou magro, que isso não é o fundamental".

Maura é casada com o executivo Francisco há 15 anos, embora se conheçam há, pelo menos, 50 anos. Eles vivem um casamento sólido e apimentado, após terem passado por experiências amorosas traumáticas. "Desde que eu era menina, pensava que um dia eu iria me casar com meu marido. Mas ele se casou primeiro com outra pessoa e eu também encontrei outro homem, com quem tive meus dois filhos", relata. "Não fomos bem-sucedidos, conhecemos outras pessoas, até nos reencontrarmos", conta Maura, que na época, vestia manequim 46.

“Cheguei até a perder peso quando parei de me estressar por causa da minha gordura. Cansei de me sentir rejeitada, preterida porque não tinha o corpo escultural da minha irmã mais velha”

A dona de casa afirma que nunca teve problemas para arranjar emprego, namorar ou vestir o que achava bonito, embora soubesse que nem todos os modelitos iriam cair bem. "Eu era namoradeira demais", confessa. "Namorei modelo, jogador de futebol, gringo e não precisei ter um corpo bem definido para isso. Confesso que, naquela época, ninguém era obsessivo para ter um corpo perfeito. Hoje em dia está pior. Não me espanta as meninas terem um monte de problemas psicológicos por causa disso".

Eles gostam!

De fato, a exigência social para o corpo bem definido intimida os homens que curtem um visual feminino mais gordinho. Bráulio Freitas é um rapaz de 24 anos que chama atenção na rua por ser moreno e sarado e que se apaixona por garotas cheias de curvas. Todas as suas namoradas eram gordinhas e ele revela que não tem vergonha disso, ao contrário de alguns de seus amigos. "Acho uma babaquice alguns de meus amigos ficarem com medo de chegar numa guria gordinha por conta do que os outros vão falar", afirma, ligeiramente irritado. "Eu me amarro em seios grandes, bunda, coxas grossas. Gosto de mulherão", admite.

Tais atributos são as armas que a executiva Myrna, de 30 anos, tem de sobra. A moça, que vai se casar no fim do ano, está com quase 20 quilos acima do seu peso ideal, mas afirma que isso, hoje, não é impedimento para sua felicidade. "Já me incomodei muito com meu peso, até porque eu fazia spinning três vezes na semana, comia pouco e mesmo assim era gorda", explica. "Cheguei até a perder peso quando parei de me estressar por causa da minha gordura. Cansei de me sentir rejeitada, preterida porque não tinha o corpo escultural da minha irmã mais velha".

Myrna começou a sentir muito especial, interessante e sexy. Estudou administração, entrou para uma grande empresa de seguros de saúde e hoje nem pensa no quanto tem que emagrecer para ser prefeita. "Me sinto tão bem comigo mesma que as pessoas passaram a dizer para mim como eu estava bonita", comenta. "Antes, as pessoas me paravam na rua para me oferecer dietas milagrosas ou me questionar das razões pelas quais não fazia regime. Hoje, quase ninguém mais fala essas coisas para mim, acho que porque estou mostrando para as pessoas o quanto sou feliz", finaliza.

Terça-feira, Março 16, 2010

Autoestima tamanho GG - Parte 3

Wendy Shanker, autora de "Fat Girls Guide to Life" ("Segredos da Gordinha Feliz", no Brasil), afirma que ultimamente tem percebido uma aceitação maior das pessoas acima do peso no mundo. Em entrevista exclusiva para o Bolsa de Mulher, ela dá o recado para as mulheres: "Você tem que ser legal com você mesma. Ninguém vai te respeitar se você se diminuir, achar que não vale a pena. Não permita que seu peso atrapalhe a sua vida!". Confira!


1. Quando você decidiu escrever "The Fat Girls Guide to Life"? Como você concebeu a idéia do livro?
Quando fiz 30 anos, estava num momento muito triste da minha vida. Havia perdido meu emprego, terminado com meu namorado e eu estava muito mal comigo mesma. Eu estava convencida de que se fosse magra, tudo aquilo não estaria acontecendo comigo. Então, decidi fazer a pior e mais cruel das dietas. Fui para um spa superfamoso e que custa uma fortuna, na Carolina do Norte. Por trinta dias fiz, à risca, a dieta perfeita, o exercício perfeito, a disciplina perfeita... e perdi apenas 900 gramas! Isto me custou US$ 10 mil. Fui para casa e disse para mim mesma: "Chega! Eu tenho que olhar para isso tudo de um jeito diferente". Foi assim que comecei o livro e foi assim que superei.

“Eu acho que eles gostam da gente, mas têm envergonha de dizer isso. Há realmente dois tipos de padrão: está tudo bem se o homem for gordo, mas a mulher gorda é um pecado”

2. Por que escrever "The Fat Girls Guide to Life"? O que você queria alcançar?

Eu escrevi o Guia porque estava convencida de que outras garotas deveriam sentir o mesmo que eu. Eu não pensava que eu era uma má pessoa só porque era bem gordinha.

Eu sou engraçada, sexy, esperta, bonita... Por que o tamanho das minhas roupas importava tanto? Comecei a escrever porque estava com raiva. quando acabei de escrever o livro, eu sabia que estava certa!

3. Escrever o livro ajudou você a olhar as coisas diferentemente? Alguma coisa mudou para você?

Tudo mudou para mim. Eu me vejo por outro ângulo. Sou muito grata por tudo o que meu corpo faz muito bem. Eu não permito que meu peso atrapalhe minha vida. Se alguém tem algum problema com a minha aparência, dane-se! Eu me sinto muito confiante e já ouvi dos meus leitores que eles se sentem da mesma maneira.

4. Quantas cópias você vendeu?

Muitas! (Risos) Sei que não é exatamente uma resposta, mas posso te dizer que o livro despertou muita atenção nos Estados Unidos. Além da publicação no Brasil, está sendo impresso no Reino Unido, Espanha, Alemanha, China, Itália e mês que vem, na Polônia. O assunto não é somente uma preocupação das americanas, ou das brasileiras. Mulheres em todo o mundo se sentem mal com o próprio corpo.

5. O que suas fãs dizem do livro?

Elas dizem: "YES!" A coisa que mais escutei, várias vezes, é que eu havia escrito algo que elas sempre pensaram por muito tempo: que elas têm valor além do corpo, e que estavam cansadas de serem cruéis com elas mesmas. Muitas mulheres me disseram que, depois de lerem o livro, elas pararam de fazer dieta e tentaram apenas viver uma vida saudável. Eu ouvi de muitas jovens que decidiram mudar de atitude em relação a elas próprias, antes de irem para a universidade.

Sou GG, e daí?

 


Sábado de sol. Você passeia pela rua sem muita pressa, andando de um lado para o outro para matar o tempo. De repente, vê uma vitrine que chama atenção e decide entrar na loja para dar aquela olhadinha característica de quem não procura nada específico. A vendedora vem ajudar e olha para você com uma cara preocupada, um pouco sem graça, enquanto você examina as araras cheias. “Nosso maior tamanho é G, mas, preciso dizer que a forma é pequena”, murmura a moça, sem saber onde enfiar a cabeça. Você fica ofendida. Tem vontade de espernear, gritar e perguntar com quem ela acha que está falando. Mas esboça um sorrisinho igualmente encabulado e dá meia volta. Afinal de contas, um pensamento racional lhe ocorre: realmente, um vestido G não vai caber.


Desfile da grife Ana Lisboa no Fashion Weekend Plus Size

Muitas mulheres que vestem o chamado plus size já passaram por tipos semelhantes de constrangimento. Algumas se apertam em roupas pequenas ou vivem de dieta para perder algumas numerações e, enfim, conseguirem usar as roupas que querem. Mas, se você é uma delas, temos a felicidade de informar que esta rotina está mudando. A passos de formiga, é verdade, mas não podemos dizer que mães ou avós mais gordinhas tinham a oferta que temos hoje de marcas especializadas em moda de tamanhos especiais. Minha avó, por exemplo, tinha que costurar seus próprios modelitos – e assim fez durante toda a vida. Há, sim, várias grifes que se dedicam a modelagens maiores, mas o problema que os mulherões enfrentam agora é outro.

“Sinto falta de peças próprias para a minha idade. Muitas vezes, vou a uma loja e saio de lá parecendo uma mulher de 40 anos em tons pretos e marrons”, reclama a estudante Bruna de Oliveira, 17 anos. E ela tem razão. Presos no tabu de que cores sóbrias emagrecem, muitos estilistas de moda GG preferem se ater a tons sombrios, que não têm nada a ver com adolescentes e mulheres que gostam de se vestir de forma bem-humorada. Neste sentido, a indústria ainda peca muito e os designers têm medo de arriscar e não achar mercado para suas inovações.


Desfile da Flight Level no Fashion Weekend Plus Size

| Semana de Moda para grandes mulheres – Nos Estados Unidos, há uma vasta corrente de meninas que se autoproclamam “fatshionistas“. Nos dias 8 e 9 de julho, 11 blogueiras organizaram a Young Fat and Fabulous Conference em Nova York, um encontro com vendedores de roupas plus size. No fim de semana, elas conversaram com os lojistas sobre o que esperam da moda, sua autoimagem e o quão cafona lhes parece essa história de disfarçar os quilinhos extras com as roupas. “Adoro jeggings (leggings de jeans), e, quanto mais apertadas, melhor para mim”, disse ao The Ny Times Amelia Pontes, dona do blog Sound Bites – e, a propósito, muito feliz com sua forma física.


Blogueiras observam modelos durante Young Fat and Fabulous Conference

Por aqui, as iniciativas ainda são modestas. O maior evento que temos no estilo é o Fashion Weekend Plus Size, que aconteceu no fim de semana passado no Senac Faustolo, de São Paulo. O local é respeitado por manter uma boa escola de Moda. Presumimos, afinal, que haveria inovações para o público interessado. Que nada. Apesar da plateia parecer feliz e satisfeita com o que era mostrado, o que vimos nos desfiles foram marcas sem conceitos elaborados ou que não pretendiam questionar o que está no mercado atualmente. Foi, enfim, um festival de peças em malha, estampas batidas, combinações previsíveis e peças que não pareciam ter um cuidado muito detalhado em sua confecção.

“Realmente, os estilistas se sentem intimidados de fazer coleções mais ousadas e as pessoas não aceitarem”, explicou Renata Poskus, organizadora da segunda edição do encontro. Ela disse, também, que a intenção do evento não é lançar tendências, mas mostrar o que fica bem nas gordinhas e o que elas vão encontrar nas lojas no próximo verão. “E é muito difícil apostar em tecidos novos que podem não ficar bem nelas, mesmo porque seus armários ainda são muito básicos e este é um público que tem mais receio de inovar nos próprios looks”, justificou. É um progresso a passos bem lentos quando comparado às semanas de moda tradicionais.


Desfile da grife Milanina para o Fashion Weekend Plus Size

Por outro lado, a descontração do evento empolga qualquer um. As modelos deixam a seriedade em casa: quando paravam frente ao pit dos fotógrafos, mandavam beijos, levantavam os pés e faziam poses engraçadas. Muitas eram modelos fotográficas profissionais e faziam ali seu primeiro desfile. Nos intervalos entre uma grife e outra, garçons serviam refrigerantes e salgadinhos, e o legal era ver que a maioria dos presentes eram, de fato, plus size e queriam peças feitas para eles, e não emagrecer para usar roupas da moda. “Nunca deixei de usar nada que quis por causa do meu peso, sou muito bem-resolvida”, dizia a dançarina do ventre Thamini Garcia, 23 anos.

Mas sejamos justos: algumas marcas levaram coleções muito bacanas às passarelas – e o evento foi destaque até na Vogue Itália! Uma delas é a Flight Level, que tem lojas em Americana e Campinas (mas dá para encomendar pelo site). É uma grife de moda jovem, que aposta em cores fortes e conjuntos interessantes de camisas divertidas e leggings, além de acessórios como coletes e chapéus. Outra muito legal é a Milanina, que traz modelos mais soltinhos com detalhes de renda e fitas marcando a cintura.

Ou seja: há, sim, uma luz no fim do túnel para as grandes mulheres do Brasil. Quem sabe, um bom passo seria elas mesmas começarem a se interessar por moda e entrar no ramo? Percebemos uma certa carência de estilistas plus size no evento, enquanto muitas magrinhas fazé que assinavam os modelitos. Já é um bom ponto para começar a entender a questão, certo?

Turbine sua Autoestima!

Ninguém precisa ter um corpo de deusa para se destacar na multidão, nem levantar a voz se quiser ser ouvida em uma reunião de trabalho. No amor, na profissão ou na frente do espelho, o sucesso e a felicidade que alcançamos são diretamente proporcionais à confiança que temos em nós mesmas – e que é capaz de transformar a imagem que o mundo vê da gente. Duvida? Então acompanhe nossas ideias de como turbinar a autoestima e ganhar segurança para chegar aonde você quiser.

Encontre sua Beleza

Hoje é possível transformar o que a gente quiser no visual: o cabelo, com escova, o corpo, com tratamentos estéticos e plástica, o rosto, com cirurgia… Apesar de aliados da autoestima, esses recursos requerem dinheiro, tempo e coragem, já que alguns envolvem riscos e dor. Isso sem falar na manutenção… Como o ideal é ficar bonita sem prazo de validade, que tal agradecer o que a natureza lhe deu e encontrar maneiras de usar tudo com o mínimo de artifícios possível? Até porque beleza não se limita a estética. “Bom humor, simpatia e atitude também contam para valorizar o que uma mulher tem de belo”, fala o psicoterapeuta e consultor da BOA FORMA Marco Antonio De Tommaso.
“Busque essas qualidades em você para levantar a autoestima. Garotas autoconfiantes se aceitam e sabem conviver com o que não podem (ou não precisam) mudar.”

O poder da maquiagem


A gente adora se produzir e (oba!) o que não falta são produtos para nos ajudar nessa brincadeira. Ainda bem, afinal qualquer mulher fica mais bonita com a pele bem tratada, um rímel e uma corzinha nos lábios, concorda? “Sem falar que o make ajuda a corrigir imperfeições e a realçar os pontos fortes de cada uma”, fala Vanessa Rozan, maquiadora do programa Esquadrão da Moda, no SBT, e dona do Liceu de Maquiagem, em São Paulo. Ficou com vontade? Você pode aprender truques valiosos para a sua beleza fazendo um curso de automaquiagem, explorando cores e efeitos na sua pele ou trocando dicas com aquela amiga que sabe tudo de make.

Cabelo é poder

Isso é tão verdade que uma pesquisa sobre o tema comprovou: 87% das mulheres se sentem mais seguras e abertas a oportunidades quando o cabelo está bonito. Nessa hora, ser curto ou comprido, liso ou cacheado, moreno, loiro ou ruivo importa menos do que ser bem cuidado. Tem mais: o cabelo deve refletir a sua personalidade e combinar com a sua encontre beleza o seu estilo. O que adianta adotar a escova e, nesse calorão, não poder lavar a cabeça com medo de perder o efeito? Ou virar loira se a sua rotina é tão corrida que não sobra tempo para retocar a raiz? Para quem não abre mão de mudar, aí vão três sugestões:

• Não faça uma mudança radical se não estiver bem consigo mesma – depois de terminar um namoro ou perder o emprego, por exemplo. Levada pela emoção, o risco de você se arrepender no dia seguinte (e ficar mais deprê ainda) é grande.

• Procure um profissional de confiança, que, além da técnica, tenha noção do que vai combinar com seu tom de pele, formato de rosto e personalidade.

• Leve em conta a manutenção do corte e da coloração para que a mudança dure sem dar trabalho.
Defina o seu estilo

O melhor conselho para ficar segura dentro das suas roupas é simples e você já deve ter escutado: vista o que a faz se sentir bem, combina com seu tipo físico e seu estilo de vida. Se você se sente baixinha de calça boyfriend, fique tranquila para continuar com seu corte sequinho. “Mais do que se preocupar em esconder o que não está legal, procure valorizar o que tem de bonito”, fala a personal stylist Fernanda Resende, do site Oficina de Estilo. A barriguinha incomoda? Esqueça-a um pouco e dê destaque ao colo ou aos braços. E adote medidas práticas para ter confiança diante do guarda-roupa: em vez de quantidade, aposte em poucas peças versáteis e poderosas – um salto alto confortável, um vestido charmoso, um jeans que veste como uma luva. Sabendo escolher, você fica sempre linda!
Na carreira, valorize o seu passe

Haja desafios para a mulher de hoje vencer quando o assunto é carreira: a competição, a cobrança para ser respeitada em certas áreas, a necessidade de conciliar trabalho, casa e família… Para enfrentar tudo isso sem ficar louca – ou, no mínimo, estressada –, só sendo muito segura. “A autoconfiança é uma espécie de colete salva-vidas contra os principais fatores de stress”, afirma a psicóloga Ana Maria Rossi, presidente da International Stress Management Association (Isma-BR). “Sem ela, a profissional pode naufragar do ponto de vista psicológico.” O primeiro passo para se sentir segura na profissão é gostar do que se faz, o que é possível ainda que você não tenha exatamente o emprego dos sonhos. Como? Procurando se aperfeiçoar sempre dentro da área em que atua. E isso não vem só dos livros. Confira algumas dicas.

• Aceite os desafios: por mais assustadores que possam parecer, à medida que vão sendo vencidos e os resultados aparecem, você se sente mais poderosa e autoconfiante.

• Encare os erros: quando cometer algum deslize, o primeiro passo é reconhecê-lo,escondê-lo, nem pensar. Daí, encontre maneiras de reparar o estrago. Dependendo do tamanho dele, pode ser difícil encarar os colegas e o chefe por algum tempo. Mas jamais abaixe a cabeça ou se faça de vítima. Na medida do possível, fazer piada da sua gafe pode até ajudar a desanuviar o ambiente.

• Reafirme seu poder: quando bater a insegurança, faça o exercício de colocar no papel três conquistas que já obteve na carreira. Trazê-las de volta vai resgatar a confiança na sua capacidade.

• Corrija a postura: um estudo da Universidade de Ohio, nos Estados Unidos, comprovou que sentar-se com a coluna ereta durante o trabalho torna você mais assertiva e induz a adotar pensamentos confiantes.

• Dê sua opinião: não se trata se sair falando sem ser perguntada, mas de se pronunciar quando julgar que tem algo a acrescentar. A timidez impede? Pare e organize os pensamentos, se necessário anotando-os. Isso vai guiá-la caso bata o nervosismo e ajudar a falar com firmeza. Não sabe se é a hora? Pergunte à intuição. Ela dificilmente falha.

Gordinhas... e felizes!


A ditadura da moda é incisiva: para se vestir bem, com estilo, é preciso usar no máximo, o número 40 – basta reparar nas modelos, ícones da moda. Esta “crueldade” – para muitos - não só impõem padrões de beleza, como exclui totalmente as meninas que estão acima do peso. Afinal, as últimas tendências de estilistas renomados são criadas para um público cada vez mais “esguio”, pra não dizer, esquelético. Mas quem disse que as gordinhas devem se conformar com as tão sem graça calças de malha e a blusas pretas?

Foi pensando nessa exclusão, que a empresária Janaira Rocha, 23 anos, 112 quilos, resolveu criar a comunidade no Orkut, rede de relacionamentos na Internet, Fofinhas On line. “Convidei um monte de fofinhas para participar, pois percebia que as meninas tiravam foto do rosto e tinham vergonha de mostrar o seu corpo”, conta Juliana, proprietária da loja Gaivota, em Taquaralto, que passou a investir na moda Plus Size – especializada em numeração para gordinhos. “Mulher brasileira não é só quem usa calça do tamanho 40”, lembra Janaira, que não vê problema algum nos seus quilinhos a mais: “ Me acho muito estilosa com o corpo que tenho”.

O grande problema das gordinhas, é a dificuldade em encontrar roupas que sirvam no corpinho mais rechonchudo . “Tem muitas lojas que eu nunca nem entrei, pois só de olhar pela vitrine eu sei que não vou achar uma roupa que me sirva. A maioria das minhas roupas eu mando fazer, e mesmo assim, até a costureira não gosta de fazer peças grandes”, reclama a administradora Juliana Trevelin, 25 anos, 100 quilos e numeração 52.

Ela diz por não encontrar roupas compatíveis é uma “pressão” desleal, que acaba deixando-a a margem as mulheres gordinhas. “ Como a gente nunca encontra roupa, fica sempre naquela sensação de quem tem que emagrecer, mas não é uma tarefa fácil, principalmente quando o problema é hormonal”, desabafa Juliana.

Eu me aceito
A farmacêutica Fernanda de Paula Soares, 26 anos, e com cerca de 100 quilos não tem vergonha do corpo e afirma: “Sou linda do jeito que sou e sou feliz”. “ Sentimos muito forte essa exclusão do mercado e é muito ruim ter que sempre ir na costureira. E para comprar jeans? É sempre muito apertado”, explica Fernanda, que sempre faz dietas por conta mas acaba caindo no “efeito sanfona”. “Essa luta de encontrar roupas que nos deixa entristecidos”, ressalta.

Outro que também não liga para os parâmetros universais de corpo ideal é o empresário Lawrence André, 31 anos, 150 quilos. “Sabe aqueles quilinhos que você vai adquirindo e vai deixando para trás, pois é, eles acumulam”, brinca André, que passa pelas mesmas dificuldades das meninas: o jeans sempre é a peça mais procurada. “É sempre um desgaste muito grande quando se precisa de uma peça no guarda-roupa, mas me preocupo com a saúde e não com a estética”.


Dicas pra disfarçar certas gordurinhas exibidas…

Manga e Pescoço:
Para disfarçar os braços, use sempre peças que tenham mangas (não necessariamente mangas longas!). Prefira as mais soltinhas (os tipos morcego ou boca-de-sino são duas ótimas opções), que não repuxam na hora de movimentar os braços. Outra opção é recorrer a xales ou echarpes. Também invista em belos colares, porque eles chamam a atenção para o colo – e, assim, desviam o foco da indesejada barriguinha.

Jeans e Salto:
Na hora de comprar um jeans, escolha sempre os modelos com lavagem escura e corte reto. E deixe a barra tocar no peito do pé. Só isso já fará você parecer bem mais magra. Nos pés, sandália ou sapato de salto alto são ótimas armas para enxugar as medidas. Eles deixam a silhueta mais fina e elegante. Mas nada de escolher saltos finos. Para ficar perfeito em você, o salto deve ser proporcional ao seu corpo. Ou seja: quanto mais cheinha você for, mais grosso ele deve ser também.

Cores:
Invista nas cores mais escuras. Mas isso não quer dizer vestir-se de preto dos pés à cabeça. Use uma base preta com outras cores por cima. Recorra também ao marrom, cinza-escuro, verde-escuro, azul-marinho e roxo. Além disso, peças compridas são ótimas para ajudar a disfarçar os pneuzinhos. Por isso, use casacos com modelagem sempre reta e comprimento na altura dos joelhos.

Túnicas X Legging:
Esse modelo de blusa é perfeito para disfarçar o seu tronco. Aproveite para usar as túnicas em parceria com uma legging escura. Detalhe: só compre peças que sejam do seu número exato. Quando elas são menores marcam ainda mais as gordurinhas, o que a faz parecer maior. E, quando são maiores, deixam seu corpo roliço demais e sem formas.

Invista na Maxi-bolsa:
Aproveite que elas estão em alta e invista em bolsas grandes. Quanto maior o modelo, mais ele a deixará enxuta. Quando a bolsa é muito pequena, dá a impressão de que você está mais acima do peso. Mas atenção: não vá sair carregando uma mala. Por outro lado, evite marcar a cintura, porque ela é exatamente a região que você pretende esconder. Por isso, não coloque a blusa para dentro de saias ou calças, e esqueça os cintos e as faixas. Eles não farão a menor falta em seu look.

Valorize pernas e quadris:
Aposte em saias e vestidos nos modelos evasê, que disfarçam os quadris sem marcá-los. Peças com recorte em A e cintura mais alta também favorecem as suas medidas. Mais: mulheres que estão acima do peso em geral têm pernas muito bonitas. Se esse é o seu caso, coloque-as à mostra. Invista em saias ou até minissaias que ressaltem essa parte que você tem de mais bonito.

Colo em evidência:
Vestidos decotados ajudam a alongar a silhueta e, por isso, disfarçam os quilinhos a mais. Modelos com decote em V valorizam os seios grandes e destacam a região do colo. A manga solta é infalível para esconder os braços gordinhos. Se a peça for transpassada, então, vai enxugar todas as suas medidas! Lembre-se: o colo em evidência é uma poderosa arma para quem está acima do peso. Assim, você desvia a atenção da barriguinha.

Estampas:
Embora as peças escuras sejam as mais recomendadas para quem está acima do peso, aquelas com estampas pequenas, sobretudo com um fundo escuro, também ficam bem. Outra dica que ajuda a enxugar as medidas é usar estampas só na parte mais magra do seu corpo e peças lisas nas regiões em que você é mais cheinha. Isso fará um efeito e tanto sobre o espelho!

Nenhum comentário:

Postar um comentário